domingo, 15 de junho de 2014

Ônibus, o mal de muitos. (Autora; Irene Hanara)

      Em um dia como todos os outros, escutei o despertador tocar, abri os olhos e já lembrei; vou pegar novamente aquele ônibus lotado. Rotineiramente é assim, acordo as cinco e vinte para quarenta minutos depois está na parada, ou seja, uma verdadeira correria para chegar na escola as sete. Respiro fundo, afinal de contas o dia estava apenas começando!

      As seis em ponto
 ele passou, aquela coisa branca e enorme, apesar de não parecer nada grande em seu interior, com o nome "TRAMPOLIM'' escrito na cor azul. Tenho motivos para detestar essa cor. Apressei o passo na tentativa de conseguir um lugar, inutilmente... As ''belas'' desconfortáveis cadeiras já estavam todas ocupadas. Me apertando, passo pela roleta cinza, e de pé , só me resta observar as pessoas.


    O motorista parece cansado, a cobradora de cabelos desgrenhados reclamava dos passageiros. O ônibus então começa a chacoalhar, a lotar ainda mais, seguro firme nas barras para não cair. Sempre fui tão desleixada, já cai no coletivo de todas as maneiras possíveis nesse ilustre coletivo... Mas volto a olhar as muitas pessoas amontoadas, umas por cima das outras como um cardume de peixes. Há grande mistura de perfumes e suores, que me causam um certo desconforto e o ronco do motor que demonstrava as PÉSSIMAS CONDIÇÕES da locomoção me dava dor de cabeça, uma serie de coisas em minha mente e eu olhava para todos os lados, só via gente, gente e mais gente. A lotação permitida já havia se esgotado, como sempre.

      No meio dessa turbulência toda , penso; se a passagem é TÃO CARA, por que não um pouco mais de conforto? Só  quem sabe dessa agonia são as pessoas que estão em contato diário com o transporte público! Com o DINHEIRO QUE VEM DO BOLÇO DE CADA UM , tenho certeza que poderia sair uma coisa melhor. Mas infelizmente todas as pessoas que estavam ali assim como eu, não tinha outra alternativa, será que o que nos resta é aguentar a pressão OU PRESSIONAR OS RESPONSÁVEIS ?

      Muitas coisas ainda pra se pensar, pra se reivindicar ,e no meio de todo o sufoco e dos pensamentos , eu ia chegando a escola , com a certeza de que se NINGUÉM FIZESSE ALGUMA COISA , se EU NÃO FIZESSE ALGUMA COISA, nada mudaria , tudo seria igual , se não pior, outra vez!

Proteste.

Nenhum comentário:

Postar um comentário